Texto Marcela Vigo e Inês Dell Erba
Foto Marcela Vigo

       

        Quando estudamos a História do Brasil, sempre nos sentimos coadjuvantes, já que os fatos sempre foram abordados sob a ótica da colonização, da forma como o colonizador enxergava esse território como objeto de exploração e fonte de riqueza para alimentar o desenvolvimento de nações europeias: Portugal, Espanha, Inglaterra e também França, Holanda e por aí vai. É como se a nossa própria história – a história desse lugar e desse povo – não fizesse parte, também, da construção dessa nação. É como se fôssemos observadores de nossa própria história e não seus atores principais.

        Vivemos no Brasil um momento de urgência que muito tem a ver com os processos históricos que se originaram no momento em que esse território se transformou em colônia, como decorrência de um empreendimento violento e excludente onde o colonizador se impôs pela força.

        Urgência que está relacionada à luta pelos direitos e pela proteção da vida dos povos originários, das mulheres, do povo negro, das classes trabalhadoras, das crianças e adolescentes, enfim, dos que são invisibilizados ou secundarizados no contexto de uma sociedade profundamente desigual.

        Participar da divulgação do projeto “Histórias de Pindorama: histórias, memórias e infâncias” é de extrema importância. A Caixa de História sobre a Independência do Brasil é a primeira caixa da coleção de caixas da história do projeto e abordará o tema a partir de uma visão popular, com a ótica do povo, ou melhor, com a ênfase na história que é feita de vida cotidiana, com a participação de homens e mulheres em suas lutas de resistência e de reinvindicação de condições que possibilitem a construção de um mundo de justiça, igualdade e solidariedade.  Isso é muito importante para que estudantes e pais façam uma releitura da história e reflitam sobre seus laços de pertencimento, herdeiros que são de povos tão diversos, que transfigurados, formaram o povo brasileiro. 

        Para nós, participar do projeto está sendo importante também como forma de entender nossa própria trajetória, a trajetória de nossa família, vizinhança, enfim, daqueles que nos rodeiam e que compartilham conosco essa história coletiva. É um aprendizado novo, com trocas de ideias com a equipe, leitura de textos, entrevistas e vídeos, fazendo repensar nossas próprias atitudes na construção da cidadania, tendo mais empatia e respeito com o próximo já que fazemos parte de uma mesma história. 

        Para nós a nossa presença nessa primeira etapa do projeto é muito importante, ao trabalhar na divulgação de uma ideia radical, ou seja, de uma ideia que se aprofundará nas raízes do que somos como povo brasileiro. 

       

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Claudia Hlebetz
1 ano atrás

Que o nosso projeto siga seu caminho, com mais substância, trocas tão ricas, conhecimento compartilhado e que assim se amplie.